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sábado, 24 de maio de 2014

Neuras

"You're so neurotic!" It's a phrase that's tossed about casually, but what exactly is neuroticism? It is a personality trait defined by the experience of chronic negative affect -- including sadness, anxiety, irritability, and self-consciousness -- that is easily triggered and difficult to control. Neurotic people tend to avoid acting when confronted with major and minor life stressors, leading to negative life consequences.

Ora bem. Há a velha história da adaptabilidade dos traços de personalidade. Nos anos  80 e 90 era comum os psis dizerem que a agressividade competitiva, outrora mal vista, resultava da selecção de características apropriadas aos tempos. Nunca comprei muito  isso, porque falta sempre volume para tais conclusões.
Os neuróticos, aceitando que o artigo fala disto pela rama, não são mais do que o inverso do realistas depressivos ( já aqui tratei disto várias vezes). Enquanto estes, por feitio e/ou experiência, esperam pouco da vida e por isso a apreciam e suportam os golpes, os neuróticos  são pessoas  sonhadoras, fantasistas e, eventualmente, mal-amadas. Se fossem bichos seriam rinocerontes.

8 comentários:

  1. Ei, voltando à mesa, colectiva, provei num jantar especial confeccionado por amigos esta coisa que sabe de tal modo bem que até do pão (pita, na origem) se prescinde, barrando-a nos dedos, nos livros, nas paredes. Chama-se Baba Ganoush e a receita dá para 8 pessoas e pode guardar-se no frigorífico até 5 dias:

    3 beringelas médias
    130gr tahini (pasta de sésamo)
    3 dentes alho esmagados
    3 colheres sopa sumo limão
    1 quarto colher de chá de sal
    1 oitavo colher de chá de chilli em pó
    1 colher de sopa de azeite
    1 mão cheia de salsa picada

    (pré aquecer o forno a 190 graus . Colocar as beringelas no forno 30 a 40 minutos até ficarem completamente assadas. Retirar a polpa e triturar com os restantes ingredientes. Rectificar o sal e o limão. Decorar pratos com azeite e pó de chilli)

    Comer.
    Chorar por mais.






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    1. gosto dessa ideia de guardar, tipo chanfana e rilettes.
      A polpa sim, e o resto ( a casca digamos)?

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    2. Não tendo assistido à confecção, assim de repente dir-te-ia que dependerá do estado da casca após a saída do forno. Se ainda passível de aproveitamento, talvez picá-la com cebolas, um pimento jovem, outra beringela inteira, pimenta fresca da Jamaica, tudo envolvido num polme bem feito, servido como entrada. Que te parece?

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  2. Bem sei que o artigo discute a questão pela rama, mas não percebi esta parte: "People who are interested in reducing the harmful consequences of neuroticism in their own lives should think about how their attitudes toward action might be affecting their behavior. By learning to value action, they may be able to change many of the negative behaviors associated with neuroticism and anxiety -- such as freezing when they should act, or withdrawing from stress instead of dealing proactively with it". Aprender a valorizar a acção? Em que sentido? Assumindo que o neurótico sabe que é neurótico (mesmo que dê outro nome à coisa), como é que pode aprender a valorizar a acção, se a inércia é o motor da sua existência? Poderá talvez forçar-se a agir, como modo de se mover, mas aqui parece-me entrar a referência à fantasia e ao sonho: poderá um neurótico fantasista / sonhador mover-se/agir para atingir objectivos que não estejam ao nível dos que foram fantasiados (i.e. para quê escrever se nunca será Ruy Belo)? Ou estou a interpretar mal a coisa?

    Também não percebo a associação ao colectivismo. Um neurótico parece-me, por definição, uma pessoa particularmente individualista. Aliás, diria que a frase "só quero que não me chateiem", que associo normalmente a gente que exibe este género de traços, traduz na perfeição a essência da neurastenia, pelo menos tal como apresentada neste artigo.

    Saudações,

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    1. Do meu ponto de vista:
      a) a acção implica escolha e a escolha suger ao neurasténico a perda do controlo.
      b) Sim, pode ser, mas associo o neurótico a um farnco limiar de amor-próprio, por isso propenso a usar o grupo como suporte da sua identidade.

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    2. Obrigado pelas respostas. De acordo quanto à primeira, mas a questão é exactamente essa: qual é o incentivo que o neurasténico tem para se mexer, se essa acção/escolha o fará perder o controlo? A minha dificuldade com a solução oferecida é que um neurótico consciente dificilmente será capaz de a pôr em prática. Parece'me que deveria existir algo intermédio (se me recordo bem, o Filipe uma vez sugeriu que às pessoas que não sabem o que querem, o primeiro passo é ensiná-las a saber o que não querem - uma coisa deste género). Quanto à segunda resposta, bem visto. Ainda assim, os neuróticos, na minha experiência, não "papam grupos", mais este cinzento terá certamente mais de cinquenta tonalidades.

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    3. o meu comentário saiu anónimo, desculpe, JAS.
      errata: fraco em vez de farnco

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    4. Sem problemas, Filipe (eu também assinei o segundo comentário, sem querer, com um antigo nome de guerra). Obrigado pelo esclarecimento. Aproveitei para discutir a questão com uma amiga psicóloga, que concordou com as suas interpretações e aduziu a parte das tonalidades, com a qual também concordo.

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