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domingo, 18 de junho de 2017

Mnemosine


Invocar a deusa da memória. Porque a seguir, como depois do Funchal ou de Arouca ou de tantas outras tragédias, vem o esquecimento disfarçado de condolências e  debates intermináveis sobre políticas de fogos e de floresta.

Há  uma outra pequena tragédia: o nosso horror à responsabilização. Nos incêndios como no resto, a culpa é sempre  dos outros: dos antecessores, do clima, das organizações internacionais. Em Condeixa, a curta distância  da carnificina, lançava-se fogo de artíficio hoje de manhã.
Não ha deusa da memória que  resista a um povo que tem ( Gil acerta) medo de existir.

segunda-feira, 22 de maio de 2017

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Diário de um psicólogo ( 40)

Há aqui qualquer coisa que não bate certo.  Um tipo vai  pedir pela saúde de um familiar e arrisca-se a lerpar. Ou então bate. Ele morreu para nos salvar.
Seja como for, tenho a impressão de que a higienização da fé lhe retira um bocadinho  da generosidade.


Ter de ir a Lisboa apresentar o livro ( mesmo sendo com o Miguel Serras pereira, eu sei) faz-me sentir como se fosse andar de avião. Desde novo  que  uma semana antes de meter num avião é como se o Benfica perdesse todos os dias 5-0.

terça-feira, 9 de maio de 2017

Cenas da vida menor : explicação ( 2)





 Pois é. E é intuitivo. E isto também. Pouco me interessa se são duas mulheres ou  um homem e uma  mulher  a criar um filho. O acaso, as voltas da vida, o desejo, são todos factores aleatórios. Para o alvo a que apontei  é indiferente, mas para o centro do alvo, não. Como a regra maioritária ainda é a família em volta de um casal de pessoas de sexo diferente, é dela que me ocupo.  Até porque a violência, disruptiva e desestabilizadora, é esmagadoramente de autoria masculina.