Sobre sintomas e história têm tudo à disposição na net, vou por outro lado.
Conheço um psiquiatra com fobia social . Cora ( ou pelo menos corava) se cumprimenta um conhecido na papelaria da esquina. Depois há aqueles que falam a olhar para o chão. E, claro, uma mulher belíssima, que comecei a ajudar tinha ela 15 anos e hoje é uma médica de 28: tem pré-crises de pânico quando precisa de apresentar um paper num congresso.
Em comum, uma reacção química que a presença de humanos lhes provoca. Curioso, a maior parte dos fóbicos sociais que conheço têm imensas competências sociais. São generosos, trabalhadores de equipa, dão-se bem com pessoas. Até ao momento em que se sentem avaliados/observados.
O outro extremo é do actor social. Está tão bem numa feira de presuntos como num salão académico. Se vai apresentar um trabalho numa reunião e não o preparou, representa. Enquanto o fóbico social sente o peso de cada olhar humano, o actor social não vê ninguém.
Existe meio termo? Claro. Este sinceramente vosso, por exemplo, confraterniza com feirantes e cavaqueia com velhotes na peixaria: sabe que tão cedo não os volta a ver.
No fundo, a gestão do espaço, da
distância crítica.
Este artigo antigo resolve a curiosidade de alguns. Se o fóbico social aprender a ter confiança na distância que interpõe entre si e os outros, melhora. Infelizmente, muitos terapeutas escolhem o caminho inverso :forçam o desgraçado a diminuir essa distância.