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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

O tempo não cura nada

 Excepto presuntos. De Vinhais. Três anos. Ou da  Quinta da Folga ( menos  tempo mas óptimos também). O que o tempo faz às perdas  ( de gente ou de relações) é afogá-las. Por exemplo, em mais perdas.
À medida que o tempo passa continuamos a perder. Tempo de vida, dinheiro, paciência, outras perdas. Se ganhamos, ou seja, se juntamos coisas  boas ( mais amores, filhos, livros, presuntos) estas também acabam, de uma forma ou de outra,  e, por isso, são, à sua maneira,  mais perdas.
Nenhuma veleidade: só Napoleão para derrotar Napoleão.


12 comentários:

  1. Disseram-me uma vez: "o tempo não cura nada, o que cura é a qualidade do tempo". É verdade ou é acrescentar ao vazio um vazio ligeiramente diferente? E se compensarmos uma perda "material" (expressão menos feliz quando se trata de uma filha) com algo mais imaterial? E vou pedir-lhe para explicar melhor quem é o Napoleão que derrota o Napoleão...

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    1. depois irei ao resto, mas, para já, a frase sobre Napoleão é de...Napoleão.

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  2. O tempo apenas tira o incurável do centro da nossa atenção...

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  3. uma banda sonora para este texto:
    https://www.youtube.com/watch?v=3aLWa_sZhto
    https://www.youtube.com/watch?v=-3jO-3BoGzM
    https://www.youtube.com/watch?v=D8iaAsxURsU
    às vezes esgotamo-nos a "ultrapassar", outras, alimentamos essa angústia que achamos nos devora - se calhar temos de passar por várias fases até vermos o que nos serve, se calhar temos de ir sendo diferentes como o tempo

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  4. Nem presuntos, o tempo por si só não cura nada, mas que é um poderoso adjuvante lá isso é, mais não seja por permitir/obrigar um distanciamento, e, ás vezes, ao longe vê-se melhor.

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  5. Um dia de cada vez Filipe...a gente deve-se perdoar...quanto mais cedo nos perdoarmo-nos mais cedo vem a paz e a tranquilidade. Se a perda for de alguém que gostou de nós ajuda pensar que gostariam mais de nos ver felizes que torturados.

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  6. Diz: "Nenhuma veleidade: só Napoleão para derrotar Napoleão." Claro. Mas e Waterloo e o Duque de Wellington, Pergunto, na analogia, como ficamos sobre o tempo? Haverá tempo que cure? Ou a cura precisa de tempo? Ou aquilo a que chamamos cura, não é mais do que uma oxidação, uma metamorfose que mais do que tempo, serão conjuntos de condições possíveis?

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    1. é óbvio que Naopelão dizia isso antes de Waaterloo ( não me recordo de quando foi, Austerlitz ou Borodino).

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  7. Isto foi seguramente das melhores coisas que eu ja li! :D Totalmente de acordo! Vou ter q partilhar, entre aspas, evidentemente.

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