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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Das variações do humor ( 2)


A hipersensibilidade à menor variação ambiental é um dos motores da ciclotimia. Uma resposta torta do filho adolescente,  uma crítica  de um colega de trabalho, uma conta inesperada. Notem que estamos a falar de pequenas variações ambientais. Nas grandes todos trememos.
Esta hipersensibilidade radica quase sempre numa esperança ingénua,  narcísica e napoleónica: está tudo controlado.  Quando verificamos que não está, entra em cena uma bastarda:  a incipiente tolerância à frustração. Não é por acaso que os alcoólicos e heroinómanos potenciais reunem  um humor  de gelatina com um baixíssimo limiar  de tolerância aos pequenos escolhos.

6 comentários:

  1. É de facto verdade quando a rotina do dia a dia nos sai do controle, mesmo não provocado por nós e sim por terceiros. A ciclotimia, no inicio, aparece de forma ligeira até atingir a fase da verdade brutal depois de descoberta essa falha ao desenrolar, aos poucos,a meada de fio. É então que a frustração/desespero se instala e passa ao consumo de opiáceos para fugir á realidade/esquecer/impotência de solução.
    Na sociedade em que vivemos, a agressividade de oferta constante de produtos consumistas, leva aos mais fracos, a ceder e por vezes aniquilação de relações, carreiras profissionais, etc.

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  2. Não é por acaso que tanto culpamos como desculpamos as pessoas por causa do tempo. :)

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  3. Sim , concordo integralmente com o primeiro parágrafo do texto, a ciclotimia afecta uma boa porção de gente que não se apercebe ou não admite a existência dela.
    Parabéns pela lucidez demonstrada neste texto!

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