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segunda-feira, 22 de maio de 2017
terça-feira, 16 de maio de 2017
quarta-feira, 10 de maio de 2017
Diário de um psicólogo ( 40)
Há aqui qualquer coisa que não bate certo. Um tipo vai pedir pela saúde de um familiar e arrisca-se a lerpar. Ou então bate. Ele morreu para nos salvar.
Seja como for, tenho a impressão de que a higienização da fé lhe retira um bocadinho da generosidade.
Ter de ir a Lisboa apresentar o livro ( mesmo sendo com o Miguel Serras pereira, eu sei) faz-me sentir como se fosse andar de avião. Desde novo que uma semana antes de meter num avião é como se o Benfica perdesse todos os dias 5-0.
terça-feira, 9 de maio de 2017
Cenas da vida menor : explicação ( 2)
Pois é. E é intuitivo. E isto também. Pouco me interessa se são duas mulheres ou um homem e uma mulher a criar um filho. O acaso, as voltas da vida, o desejo, são todos factores aleatórios. Para o alvo a que apontei é indiferente, mas para o centro do alvo, não. Como a regra maioritária ainda é a família em volta de um casal de pessoas de sexo diferente, é dela que me ocupo. Até porque a violência, disruptiva e desestabilizadora, é esmagadoramente de autoria masculina.
sexta-feira, 5 de maio de 2017
Diário de um psicólogo ( 39)
As vítimas profissionais são quadros fascinantes 1% do tempo, entediantes na eternidade. Esse 1%, apesar de tudo, merece nota. Entre muitos casos, tenho uma rapariga em terapia que demorou um ano inteiro a despir o fato.
Se os depressivos de lei acham que tudo o que lhes acontece é culpa deles, as vítimas profissionais entendem o contrário: são as almas mais puras da evolução e se sofrem é porque o mundo conspira contra elas. Com frequência, mas nem sempre, esta característica inscreve-se numa personalidade narcísica, aquilo que Kohut ( às vezes os psicanalistas acertam) definiu como o falso self, um eu em forma de balão. Inchado mas cheio de ar.
A ralar cenouras para salada russa. Antes da terceira fartei-me e por isso resolvi que era demasiada cenoura crua para os intestinos. Chama-se ( reduzir ) a dissonância cognitiva.
Dou sempre nomes catitas à preguiça.
quarta-feira, 3 de maio de 2017
Apresentação: o Miguel Serras Pereira.
Não gosto, só fiz uma nos anteriores quatro livros, mas tem de ser. Será em Lisboa, sábado, dia 20, no Clube Literário, e será feita pelo Miguel Serras Pereira. Depois darei pormenores.
É o caso típico em que o apresentador vale muito mais do que o autor; este precisa que compareçam para vender uns exemplares. Venham pelo Miguel, cujas traduções comecei a ler aos 17-18 anos.
terça-feira, 2 de maio de 2017
Cenas da vida menor : explicação ( 1)
A da contracapa diz quase tudo ( clicar para aumentar), mas não tudo. Por exemplo, não diz por que razão escolhi a forma. Quatro histórias em vez de quatro de casos reais.
Ao contrário do que costuma dizer um divertido leitor ocasional deste blogue, não tenho ambições literárias: escrevo porque me falta a coragem de não o fazer ( Kraus) .Podia ter pegado em quatro casos reais e comentar . O livro traria então as inevitáveis larachas psi ou, na hipótese benigna, redundância inofensiva. Escolhendo histórias, pude assinalar as principais categorias que, do meu ponto de vista, revestem o essencial da violência sobre mulheres.
O princípio axial é o domínio masculino fragilizado pelas novas disposições femininas.
Na primeira história, já a referi aqui, um tipo não suporta a ex-mulher livre e disponível para terceiros. Só a consegue imaginar assim. Ambiente rural e o cliché obrigatório do álcool: coleccionei dezenas de casos desses na consulta.
Na segunda, trabalhei um casal de namorados: precisamente para opor à primeira história. O ciúme e a possse não precisam da idade nem do vinho, mas a protagonista é a mãe do rapaz que mata a namorada. Trabalhar a culpa.
Na terceira, uma mulher morre por acaso. Bentudo quer matar o marido da amante, um tipo execrável, doente e velho. Interessou-me mostrar duas categorias: o velho vínculo do casamento formal e o lado caótico da violência.
A quarta história é outra conversa, fica para mais tarde...
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