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sexta-feira, 5 de maio de 2017

Diário de um psicólogo ( 39)

As vítimas profissionais são quadros fascinantes 1% do tempo, entediantes na eternidade. Esse 1%, apesar de tudo, merece nota.  Entre muitos casos, tenho  uma rapariga em terapia que demorou um ano inteiro   a despir o fato.
Se os depressivos de lei acham que tudo o que lhes acontece é culpa deles, as vítimas profissionais entendem o contrário: são as almas mais puras da evolução e se sofrem é porque o mundo conspira contra elas. Com frequência, mas nem sempre, esta característica  inscreve-se numa personalidade narcísica, aquilo que Kohut ( às vezes os psicanalistas acertam) definiu como  o falso self, um eu em forma de balão. Inchado mas cheio de ar. 


A ralar cenouras  para salada russa. Antes da   terceira fartei-me e por isso resolvi que era demasiada cenoura crua para os intestinos. Chama-se  ( reduzir ) a dissonância cognitiva.
Dou sempre  nomes catitas à preguiça.


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