Nem sempre é fácil distinguir o amor da obsessão. Excluo aqui as formas doentias de posse disfarçadas de amor. O leitor perguntará: Mas... então não é dessas que quer falar? Não. Os e as narcisistas e/ou neuróticos que usam a relação para sobreviver, não me interessam nesta discussão porque a fadiga obsessiva, a existir, não é com o outro, é com os ganhos da relação.
O mato fechado é o de adultos bem consigo e com a sua história, mas que só a querem escrever com uma determinada pessoa. Chegam a partilhá-la, se necessário, suportam hesitações, desvios, ausências. Querem é ficar com ela como um prolongamento natural da sua existência. Não é preciso psis para descrever, René Char fá-lo muito melhor:
Au bout du bras du fleuve, il y a la main de sable qui écrit tout ce qui passe par le fleuve.
Feliz Natal Filipe.
ResponderEliminarSó querem com uma determinada pessoa... isso não é amor é obsessão? Tb não sei como se distingue.
também para si, Henedina
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