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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Largos rios têm cem obsessões


Nem sempre é fácil distinguir o amor da obsessão. Excluo aqui as formas doentias  de posse disfarçadas de amor. O leitor perguntará: Mas... então não é dessas que quer falar? Não.  Os e as narcisistas e/ou neuróticos que usam a relação para sobreviver, não me interessam nesta discussão porque a fadiga obsessiva, a existir, não é com o outro, é com os ganhos da relação. 
O mato fechado  é o de adultos bem consigo e com a sua história, mas que só a querem escrever com uma determinada pessoa. Chegam  a partilhá-la, se necessário, suportam hesitações, desvios, ausências. Querem é ficar com ela como um prolongamento natural da sua existência. Não é preciso psis para descrever, René Char fá-lo muito melhor:

Au bout du bras du fleuve, il y a la main de sable qui  écrit tout ce qui passe par  le fleuve.

2 comentários:

  1. Feliz Natal Filipe.

    Só querem com uma determinada pessoa... isso não é amor é obsessão? Tb não sei como se distingue.

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