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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Chorinho


Há o do Pinxiguinha, o melhor, claro, e há o outro. Dizia Borges que o não ser querido, o estar doente, são outras formas da dor de dentes. Por falar em raiva de dentes: existe uma linha das teorias evolucionistas que diz que o choro humano é um comportamento adaptativo . Quando choramos  ficamos bebés e isso destila empatia na plateia. As mulheres e os homens que choram nas discussões amorosas, a aluna que chora  no exame oral, o adolescente que chora na repreensão paterna. Muito bonito, mas... e os  que choram sozinhos?
Deixemos de lado os cinéfilos, passemos às noites. Conheci uma mulher que estava grávida  e chorava a meio da noite. Tinha perdido um filho, o que explica a aparente  contradição. De uma forma mais mística,  dir-se-ia que transmitia ao futuro bebé uma verdade de lã: redime-me.

5 comentários:

  1. Respostas
    1. Já lá está uma primeira aproximação ao que falámos um dia.

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  2. O último parágrafo não comento é demasiado íntimo, espero que tenha tido o abraço sentido do pai das crianças.
    Hoje uns pais, em separado ficaram com lágrimas quando lhes disse o resultado do filho, o pai mesmo antes tinha já os olhos marejados de lágrimas mas nunca em frente a mulher. Tenho dois pesos e duas medidas, porque apeteceu-me abraça-lo e toquei-lhe o ombro como se fosse abraçar sem abraçar. A mãe abracei mesmo. A tal empatia imediata mas em relação a mim...
    Por acaso, acho que chorar nos fragiliza e diminui. Chorar é para mim dar poder ao "adversário", tento a todo o custo não chorar em frente a ninguém.

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    1. Não há nada de íntimo: a mulher foi minha doente, hoje está divorciada, não tenho a certeza que tenha tido o tal abraço.

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  3. Caro Luis , lembremos os nossos velhos amigos Séneca, (Deixai as lágrimas correr: Elas podem trazer paz e harmonia interior...), e Marco Aurélio, (Nada pode acontecer a um homem que ele não tenha sido feito pela natureza capaz de suportar...)

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