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sábado, 15 de fevereiro de 2014

Mais sonhos


Duas contribuições de leitores:

1) (...)  Mas quase todas as noites, num estado algures entre o sono e a vigília, (eu chamava-lhe penumbra) acordava aprisionada no meu corpo. Visitavam-me coisas. Sentavam-se na minha cama, por vezes tocavam-me no pescoço e asfixiavam-me só por instantes. Eram maus. Conversavam comigo. Durante todo o tempo eu lutava para me conseguir libertar, mas nem um músculo conseguia mexer. Depois iam embora e eu estava livre. O horror parava no momento em que acordava.

2) Há meses andava meio zombie, frustrada e sem saída - sonhei com todas as casas onde já morei (fisicamente não eram, mas eram no sentimento), e que estavam todas disponíveis para mim ou para quem eu as quisesse oferecer. Bonito, não é? 

Conheço a pessoa que os demónios visitavam, não conheço a segunda, mas posso  tentar traçar  uma fronteira comum. Robert & Zadra têm investigado  e publicado muito. Têm aqui um pequeno resumo da diferença entre o sonho mau e o pesadelo. O primeiro sonho é um lucid nightmare ( daí a penumbra que a  leitora menciona), o segundo parece inócuo até ao momento em que reparamos na introdução: "meio zombie, frustrada e sem saída". Muitas casas disponíveis? A solidão é um pesadelo.

3 comentários:

  1. Olá Filipe. Sei que o D&Q vai terminar. Gostaria de saber se sempre vai avançar com o consultório aberto. Precisava de ajuda com algumas técnicas para lidar com mobbing. Se souber de algumas avise-me please. Obrigada. Verónica Santos.

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  2. Li algures que os sonhos (e não vou fazer distinção entre eles ou sequer separá-los dos pesadelos) são uma espécie de "baralhar e dar de novo"; li também algures que funcionam como uma "limpeza da casa". Parecem-me definições ajuizadas, tendo em conta a reflexão que sobre eles fizermos, e essa reflexão não andará muito longe do quotidiano de cada um de nós, na sua vertente mais, ou menos, visível.

    Um exemplo: após o meu divórcio sonhei repetidamente que tinha engravidado de novo e o bebé me era retirado sem que eu pudesse sequer vê-lo. No mesmo período de tempo, sonhei também repetidamente que estava no termo de uma gravidez e não tinha nada para o bebé. Em qualquer dos "casos", uma explicação mais do que lógica: divorciei-me numa situação de desemprego que deixou em grande medida o poder de decisão sobre os assuntos ligados às crianças nas mãos de quem tinha o poder económico ausente, então, da minha vida.

    Creio que nunca esquecerei uma das principais aprendizagens desse período negro: o peso do material sobre o imaterial, como se a matéria fosse feita de um só corpo e não de vários, com a mesma capacidade de reagir e operar imaterialmente.

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  3. “New research suggests that nightmares are more likely to impact us emotionally through feelings of sadness, confusion and guilt, rather than fear.” I feel precisely that: instead of fear sadness, confusion and (sometimes) guilt: they never leave me alone…

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