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segunda-feira, 16 de novembro de 2015

A propósito de sociopatas parisienses:

A Rita, nos comentários ao  post anterior

"a falta de clareza não era acerca dos sociopatas e das suas conhecidas experiências, mas sim a relação que coloca entre o desejo e antidesejo, que não percebi patavina".

Odiar alguém e amar alguém  são categorias lexicais  do  desejo: desejar o mal do outro / desejar o outro. Também têm em comum a formalidade  do processo, a  encadernação, e, por vezes,  a sentença final: já não te /me desejo/as.
O problema, e agora acrescento, é que usei a  expressão antidesejo como  uma declaração política:  considero que desejar o mal do outro  não chega  bem a ser um desejo. Daí o prefixo.
Blanchot dizia que o desejo é a distância tornada sensível. É a melhor de todas. Implica a capacidade de sentir a pele do outro mesmo que  a mil quilómetros e a  mil interditos de distância . Os nazis, como os sociopatas jihadistas ( estou a falar dos indíviduos, não do movimento),  eram incapazes de estar um dia sem tocar nos judeus, ciganos, homossexuais. Antidesejo: a proximidade tornada insuportável.




3 comentários:

  1. Tal como a Rita, eu também tinha ficado com dúvidas.

    Não há nada como explicar "com desenho", Filipe. :)

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