Anda nos trintas, pesa 80kg, nunca teve um namorado, há história familiar depressiva. A pulso, com uma ligeira ajuda minha, estudou, formou-se ( enquanto trabalhou) e agora espera. Duas coisas: uma colocação profissional e um corpo que não chega. Fez sempre tudo o que lhe pedi. Lutou como eu não lutaria, nunca desistiu, caiu e ergueu-se vezes sem conta. O corpo é a mortalha da vontade.
No outro dia disse-lhe para parar. Aceitar o que é. Nos chats de engate incomoda-se. Com a linguagem porcina, com um mundo ao qual não pertence. Um par de más experiências e voltou à estaca zero. Quem me pega?
E é assim. Tantas vezes de volta de mortes, divórcios sangrentos, ruínas financeiras e é a porcaria da balança que me deixa sem cartuchos. Aceitar o que é. Parece fácil ficar à mercê de imbecis que se vão aproveitar da sede.
Depois há a biografia dela. Tenho a impressão de que a S., uma vez mais, me vai dar uma lição.
Pois... Vendem-nos (e vendemos) tanto a ideia que com muito esforço e persistência tudo se consegue. E não é verdade. Cada vez mais.
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