email para contactos:
depressaocolectiva@gmail.com
depressaocolectiva@gmail.com
terça-feira, 7 de janeiro de 2014
Pânico no canil
Se um cão consegue estar num estado mental de excitação, raiva, agressividade ou alerta, mas permanece sentado e quieto, por que carga de água um ser humano não o há-de conseguir também? Este exemplo uso-o muitas vezes para treinar gente ansiosa, seja na ravina fóbica seja na compulsiva.
A um estado mental e emocional não tem de corresponder um pathos comportamental. No quotidiano, em boas condições gerais, estamos habituados a senti-lo. Dominamos a tensão sexual gerada por estranhos apetecíveis, desagrado face a superiores hierárquicos despóticos, despeito diante de familiares em situações conviviais. Alguns de nós têm, no entanto, um canal específico para escoar tensões antigas ou mais fortes. E começam os ataques de pânico ou os rituais compulsivos.
Com essas pessoas é necessário trabalhar o suspeito zero. Todos somos capazes de algum controlo ( como a boxer da foto), por isso o que há a fazer é mostrar às pessoas que isso é possível. A recordação da experiência é um reforço positivo do controlo, mas o essencial não é tralha behaviourista.
O pânico é como a ejaculação precoce : um subproduto da mania do controlo. A intervenção tem de ir mais além do treino canino. A auto-estima ( essa designação psi que lembra uma estação de serviço), ou melhor, o amor-próprio, liberta-nos da tentação de querer controlar o mundo. Os cães confiantes são, não por acaso, os menos excitados e agressivos.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
"O pânico é como a ejaculação precoce : um subproduto da mania do controlo."
ResponderEliminarNem mais, nem menos. Lembro-me que referi aqui, em tempos, a leitura de Monsieur Allen Gomes. Foi mais ou menos isto o que aprendi e tem toda a conexão com equilíbrio, tal como extinguir incêndios com contra-fogos. O problema é que as pessoas não aprenderam, em geral, que auto-controlo não é extinção total.Chamar-lhe-ei, por falta de outra terminologia, um autêntico suporte de vida.
Claro que não é nem podia ser, que raio de ideia, Alexandra.
EliminarNão percebi nadica da sua resposta, Filipe.
Eliminarconcordei com isto, Alexandra:
Eliminar"O problema é que as pessoas não aprenderam, em geral, que auto-controlo não é extinção total".
Monsieur Allen Gomes concedeu uma entrevista a uma das revistas do Expresso (espero não estar equivocada quanto à referência, que leio tudo da imprensa escrita sempre, ou quase, atrasado). Às vezes tenho uma pena descomunal de quem não o o lê/leu. De resto, a entrevista vinha cheia disto mesmo, lugares comuns para quem o não lê, como se estivesse qualquer coisa saturado de estudar e investigar para nada, ou quase nada, botando laivos de esperança em coisa quase nenhuma.
EliminarEsta é a sua boxer de que falava no mar salgado? É bem gira. Mais gira que o "pai" ;). "as crianças ensinam-se como os cães", não o impressiona eu ainda me lembrar, eheheheh
ResponderEliminarnão é , a minha tem a cabeça mais bem desenhada.
Eliminar"Dominamos a tensão sexual gerada por estranhos apetecíveis". Acho que isto tem alguma diferença de género.
ResponderEliminar"por que carga de água um ser humano não o há-de conseguir também?" Por que carga de água se deve controlar, extravasa e volta ao normal.
caro fnv, há por aí humanos confiantes? parece-me que andamos todos à volta da mesma questão, ainda que com encapotamentos diferentes. colocando a hipótese de estar completamente errada, fico-me pela imagem mental do quanto bom deve ser e considerar que tenho uma grande falta de destreza em encontrar o painel de controlo.
ResponderEliminarE quando se tem sempre (auto)controlo? Isso é mau ( =sinónimo de qualquer problema psi )?
ResponderEliminar