Relação extra-conjugal não gosto, sabe-me a pizza com extra azeitonas. Caso também não: não se trata de um crime ou de um mistério. Affair, ou affaire, fica muito melhor: negócio amoroso.
E é de um negócio que trata. Tive duas mulheres jovens, que, entre lágrimas, me disseram no silêncio do gabinete que casaram com um estando já envolvidas com outro. Quer dizer, combinaram um negócio mas a meio arranjaram novo parceiro. Casaram à mesma porque o amante já era casado. Sim a pressão social, o restaurante já marcado, pois, mas mais vale um pássaro na mão...
No Amor & Ódio conto outro caso assaz divertido. Uma mulher enredava a terapia com a indecisão e o sacrifício moral do affair. Num belo dia entra-me no gabinete e diz-se toda contente porque finalmente vai ter a casa com que sempre sonhou. Moradia, leões de pedra no jardim, piscina. Eu, estúpido, pergunto-lhe se finalmente se divorciou. Ela olha-me como olhamos os insectos ( eu era ainda um nadita inexperiente): Claro que não. É para ir viver com o meu marido e os miúdos". À minha pergunta de como isso combina com o affair e a situação em geral, despacha-me: Não tem nada que ver.
No mesmo lugar do cérebro em que nós , homens, temos o comando da genitalia e um pequeno arquivo de mentiras infantis, elas desenvolveram uma sociedade inteira.
Por ver tantos casos destes, muitas vezes me pergunto se ainda há pessoas que verdadeiramente se amam e são fiéis. Parece estar fora de moda. E como é que um casal pode sobreviver a uma traição, se se comprometer com a relação? Será possível?
ResponderEliminarboas perguntas, vou ver se lá volto.
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