A diminuição do número de filhos, que começou nos anos 80 ( ao contrário do que dizem os aldrabões ), obrigou a uma actualização dos pressupostos parentais. Depois, a facilitação do divórcio ( agora menos com a crise) criou uma rede de arranjos artificiosos. No meio, a lengalenga como a que Goucha repetia, excitado, a um convidado no programa : É muito pior para as crianças um casamento de fachada dos pais". Isto porque o convidado disse uma coisa simples:" Não é à primeira crise que os pais se devem separar".
O convidado dizia uma verdade óbvia, mas crença de que a vida familiar deve ser um mix de Ídolos com Rei Leão gera reacções idiotas. O trabalho académico e político do lóbi gay, a partir dos EUA, nos anos 60, ajudou gerações a acreditar na crença. Em parte compreende-se: a família tradicional execrava a homossexualidade. O problema é que a família era apenas o reflexo das categorias culturais vigentes.
Como psicólogo, tenho encontrado consequências muito piores para as crianças em casais que se divorciaram do que nos tais casamentos de fachada. E não é porque os papás se separaram: é porque usam as crianças para as noites ( e dias) das facas longas da vingança e do ressentimento pós-divórcio. Ou seja, os miúdos ficam com o pior do casamento de fachada num divórcio de corneta.
Como às vezes costumo dizer, o casamento é uma guerra para ser vencida todos os dias. Há quem desista, há quem acredite e há quem consiga chegar ao final do dia feliz.
ResponderEliminarGuerra? Bem, eu não acho, Tiago. É mais uma trivela que ora sai bem ora sai mal.
EliminarGuerra no sentido de ser uma luta, mas não beligerante.
Eliminarnão deixando de haver alguma verdade no que está escrito acima, creio que depende muito dos casos. dou o exemplo da violência física e pesicológica, algumas vez os filhos se safam disto? e de como se vive a fachada...
ResponderEliminarPor mero acaso vi a parte do programa da TVI a que se refere e achei absolutamente lamentável as intervenções e opiniões do Goucha. Também não admira em quem está absolutamente convencido que a sua opinião é decisiva para a mudança de mentalidades no caminho do "progresso civilizacional".
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