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domingo, 2 de novembro de 2014

Oásis depressivo ( suite)

O refúgio pode ser uma tumba. Exagero um nadinha, mas se pensarmos em alguém deprimido, o oasis deixa de ser o lugar  aonde se tem prazer em chegar para ser  um covil  de onde não se tem pressa de sair.
Tenho em terapia algumas pessoas nesta fase. Por exemplo,  uma mulher de 40 e tal, com uma doença grave, uma de trinta e pouco, desempregada,  e uma de vinte e muitos, desiludida com tudo ( e com ela própria). Em comum  todas  serem licenciadas - e  especialistas  -e terem uma má relação com o oásis, embora a de 40  tenha progredido bastante.
É curioso que quando estamos  em baixo o refúgio seja mal aproveitado. Sei muito bem que a inércia triste invade tudo, porque já lá estive, mas também sei que não podemos desperdiçar. Nesta fase, invectivo, literalmente, as pessoas: o oásis está do lado delas e não é tempo de desperdiçar aliados.
Se nem no lugar/espaço/tempo do oásis somos capazes de sentir paz, estamos perdidos.

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