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terça-feira, 4 de junho de 2013
Da raiva passiva
É um sentimento ligado à rejeição. Transposto para o colectivo, podemos perceber o cuidado com que os manipuladores políticos tratam a comunicação de medidas que façam com que as pessoas se sintam rejeitadas. Um dos últimos estudos nas personalidades borderline confirma o potencial explosivo da rejeição: funciona como um gatilho. A questão está em saber se as personalidades ajustadas conseguem digerir melhor a rejeição em situações anormais.
A rejeição amorosa, por exemplo, não existe na vida colectiva. Tentemos substituí-la pelo abandono. Os líderes e os strata dirigentes aparecem como desinteressados do destino dos que os elegeram. É possível que o sentimento de rejeição despolete raiva, mas de uma forma pouco evidente. Gramsci usava o termo revolução passiva ( nas Notas sobre a História da Itália) : uma transformação molecular que ocorre sob a superfície da sociedade.
Continuando o exercício perigoso, agora regressando ao indivíduo, será um pouco como a mulher, que, sob o desprezo do marido, vai começando a ler outros livros, a conhecer pessoas diferentes e a desejar coisas que nunca tinha desejado. Regressando ao colectivo, a revolução passiva seria a resposta de uma sociedade ajustada à rejeição a que é votada pelos seus governantes.
Eu não desprezaria a designação "passiva", porque, nisto como nos cães, os calados são os piores.
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""Nunca tive uma revolta tão grande com o Estado." Em Fevereiro viu o governo tirar à mãe os 88 euros de apoio porque a reforma teimou em rasar por cima os 600 euros. "Mas esquecem-se que ela usa fraldas o mês todo, toma medicação, tem uma doença oncológica na cabeça, não se mexe. E que eu perdi o emprego para tomar conta dela." Fala com uma revolta que lhe sai pelos punhos cerrados."
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