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terça-feira, 6 de outubro de 2015

Comunicar, tocar

Quando se treina cães durante muitos anos  aprende-se imenso.  Esta  tese não faz grande  sucesso no meu gabinete, vero, mas insisto: é que os cães não comunicam com palavras.
Uma vez, ainda dava aulas, fiz um exercício prático numa  turma de futuros psicólogos. Tinha havido um acidente de avião brutal e uma senhora de idade perdera , salvo erro, a filha, o genro e dois netos. Agarrei numa jovem que fez o papel da senhora  sentada no aeroporto Charles de Gaulle, desesperada depois de saber a notícia. Convidei cada uma das alunas a actuar como psicólogas. Uma a uma sentaram-se ao pé da senhora e descarregaram a cartilha burocrática : Coragem, compreendo a sua dor etc. No final do exercício, fiz-lhes notar que não houve uma alma capaz de ter dado um abraço à mulher, ou , por exemplo, de lhe agarrar as mãos.
O toque, a atenção à linguagem corporal, a gestão do contacto visual são categorias-chave no treino canino. Nas discussões conjugais,  ou nas entre pais e filhos,  estas categorias podem desbloquear uma comunicação branca, repetitiva ou até patológica ( acusações antigas, insultos etc). Se os cães podem, nós também...

7 comentários:

  1. Quando não se consegue treinar um cão é difícil aplicar a "metodologia" á família ! ... claro que num e noutro caso o problema é meu , só pode !

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  2. Eu só posso concordar :) Só não me consigo é treinar a mim própria...irra...

    Cumprimentos
    HT

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    Respostas
    1. Consegues, consegues, se tiveres mais paciência...com o que já conseguiste.

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  3. Por vezes diz e conforta muito mais que as palavras.

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