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sábado, 10 de outubro de 2015

Dia mundial?


Da saúde mental? Bem, se for pela dignidade no tratamento, está bem; caso contrário é uma infantilidade. Seja como for, umas notas simples sobre as várias opções climatéricas da saúde mental:

1) Autonomia
É a principal. O João dos Santos dizia que os sujeitos autónomos são como aqueles aviões que costumam fazer  um trajecto  longo com uma pausa a meio, mas que  se um dia for necessário fazem-no de uma enfiada.
Se somos  escravos das neuras de  infância ( ciúmes, despeito), das tragédias que vivemos ou da aprovação de terceiros, então mais vale embalar a trouxa e zarpar. Ser autónomo ( viver  pela nossa lei)  significa conhecer  tão bem as nossas necessidades de forma  a que elas se esqueçam de nós.

2) Anqueos
Nome antigo para laços. Criar laços, estabelecer laços, cortar uns, desatar outros, fazer novos. Liberdade total, não há sagrado.  Uma relação de trinta anos pode acabar, um filho pode cortar  com o pai. O que nos distinguirá do doente mental, sobretudo do undercover, é essa abertura ao exterior. Como dizia um velho  e chanfrado psicanalista, Paul Racamier, na relação  esquizofrenica mãe -filho , um mais um é igual a infinito.


6 comentários:

  1. Caro, se o ponto um, faz um infinito silêncio cúmplice, posto que quem de nós, europeus (por oposto aos americanos, segundo Lévi-Strauss, julgo) pesados com o passado às costas, o ponto dois, redime-nos e liberta-nos(me). Mas laços, com quem os fazemos senão por simetria, analogia ou antipatia, com recordações, imitações ou deslocações? Mas sim, claro um mais um, igual a um, disse o Almada.

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    Respostas
    1. E os laços às vezes desfazem-se por necessidade ...

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  2. Pois :/ e a comunicação sai-se logo com a Ansiedade no topo da tabela...
    Grunf...

    Cumprimentos
    HT

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  3. Pode ser impressão minha, mas para alguém já entrado na idade adulta, a criação de novos laços (para mim a verdadeira abertura ao exterior) é ainda mais difícil do que desfazê-los.. Estarmos abertos a transformar desconhecidos em conhecidos, conhecidos ou colegas em amigos. Estar permanentemente disposto a expandir a fornteira dos seus círculos. Isso sim, é para mim a marca da pessoa verdadeiramente bem consigo própria e com a vida.
    Um aparte: grande parte do charme que encontro em autores como Chesterton ou Salinger vem justamente daí: o Outro como parte do mistério e do encanto da vida, sempre à espera de ser descoberto por nós.

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