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sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Ao trabalho: pequena nota sobre as contradições


Caridad Mercader,  comunista  e   mãe do assassino de Trotsky,   salvou da morte  imediata, em Julho de 1936,  o general Goded. Local:  Barcelona, no dealbar da guerra civil. O general fez depois uma declaração na rádio libertando os seus seguidores de quaisquer obrigações.  Acabou por ser fuzilado pelos republicanos  em Agosto.  Duas contradições? Aparentemente.
As contradições ( as dissonâncias cognitivas, na lalangue técnica) são adoráveis e uma das dimensões axiais da natureza humana. Nunca  viram uma leoa perseguir uma zebra, derrubá-la e depois resolver não a comer, pois não?
A contradição  é capaz, por exemplo, de  derrotar  o instinto ou uma das suas traduções  culturais , o fanatismo.  Nos triangulos amorosos, quem quiser  um resumo no audiovisual tem este  belíssimo filme: revejo-o sempre que posso.



3 comentários:

  1. «A contradição é capaz, por exemplo, de derrotar o instinto ou uma das suas traduções culturais , o fanatismo.»

    Nem mais.

    E deixando de lado que o que nos parece ser uma contradição nem sempre o é, porque pode não ser mais do que uma manifestação de coerência em relação a algo que não nos foi dado conhecer, o Filipe não desconfia quando não consegue identificar nenhuma contradição numa determinada pessoa? Eu até sinto um certo incómodo, um desconforto.

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    1. Exacto, Carlos, até costumo simplificar : só os psicopatas não se contradizem.

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  2. Sim, por mais que lutemos contra ela, a contradição não nos deixa.

    Faz parte da nossa essência, da nossa humanidade (com a fragilidade humana, que também mora dentro dos "heróis").

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