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segunda-feira, 23 de setembro de 2013


A fórmula é de um poema de Lonfellow e aprendi-a no A  Chinela Turca, de Machado de Assis: "Never-for ever!/ For ever-never!". Parece duplipensar, mas é mais do que isso, porque desliza bem à mesa dos projectos que as pessoas fazem. Cada vez mais me convenço de que boa parte da angústia - e do IRS associado, a ansiedade -  vem do peso das ilusões.
Desejar, sonhar, planear. Sim, tudo inócuo, no mínimo. O problema é quando compomos o futuro a partir do nosso disfarce de Deus.

6 comentários:

  1. Gostei muitissimo de ler isto. Ainda vou dar comigo, um dia destes, a ler um dos seus livros :)

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  2. "Diminished expectations" portanto.. talvez essa seja uma chave. Às vezes penso que Larkin devia ser um sujeito bem mais feliz do que aquilo que aparentava.. Que lhe parece, Filipe?

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  3. Sim. Tenho as Letters to Monica, que já levei aos blogues, é uma boa ideia aproveitá-las aqui um dia destes.

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  4. A felicidade = realidade - expectativas

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  5. OZYMANDIAS


    I met a traveller from an antique land

    Who said:—Two vast and trunkless legs of stone
    stand in the desert.
    Near them on the sand,
    half sunk, a shatter'd visage lies,
    whose frown
    and wrinkled lip and sneer of cold command

    tell that its sculptor well those passions read

    Which yet survive, stamp'd on these lifeless things,

    The hand that mock'd them and the heart that fed.

    And on the pedestal these words appear:

    "My name is Ozymandias, king of kings:
    Look on my works, ye mighty, and despair!"

    Nothing beside remains: round the decay
    of that colossal wreck, boundless and bare,

    the lone and level sands stretch far away.

    Shelley


    Encontrei um viajante de uma antiga terra
    que me contou que duas enormes pernas em pedra
    Se erguem no deserto. Perto delas na areia
    Meio enterrada jaz uma face mutilada com uma expressão
    De desprezo e fria sobranceria
    Mostrando que o escultor bem soube gravar essas paixões
    Que ainda sobrevivem nesses pedaços inertes,
    A mão que as escarneceu e o coração que as alimentou.
    No pedestal pode-se ler:
    “O meu nome é Ozymandias, Rei dos Reis:
    "Ó poderosos contemplai as minhas obras e desesperai !”
    Além disto nada mais resta: À volta deste colossal destroço,
    As vazias e planas areias estendem-se a perder de vista.
    (tradução livre)

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