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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Pesadelos


Exceptuando o mais simpático sportinguista, na noite de terça para quarta-feira, por que motivo temos pesadelos? E qual é pior: o nocturno ou o diurno?
É possível que sejam mecanismos de defesa  herdados do tempo em que  um dente-de-sabre  podia irromper a qualquer altura caverna adentro. Talvez. Drogas, legais  e ilegais ( muito  haveria  a dizer sobre Cocteau  e Quincey) e  álcool podem, claro, produzir bom cinema, mas há mais.
Interessa-me sobretudo como arquivamos os pesadelos. Explicando melhor. Uma mulher vive com um homem cinquenta anos. Ele morre. Ela sonha com ele. É um pesadelo ou uma benesse? Uma mãe perde um filho ao volante de uma curva: só no pesadelo o pode beijar.
Ainda mais interessante. Sonhas que a casa ardeu e a família também. Acordas e afinal está tudo bem. Foi um pesadelo, sim, mas é arquivado na categoria dos pesadelos bons: os que poderiam ter acontecido mas não aconteceram.


15 comentários:

  1. Nunca percebi por que não tenho pesadelos.

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  2. também podemos inverter a questão, dos sonhos (bons?) que se tornam pesadelos(?) quando acordamos. ou quando a percepção subliminar dos sonhos/pesadelos fica demasiada registada (como uma câmara interior) que no despertar nos faz sentir uma combinação estranha com a realidade. muito "lynchiano"?

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  3. Os meus fantasmas, uns mais aterradores e outros nem tanto, invadem-me durante o sono pelas frestas do inconsciente. Estão arquivados: dão sempre luta, mas são património, parte da mobília.

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  4. Caro Filipe, e como lidar com alguém que padece de "borderline" cruzada com perversão narcísica (assim só para aproximação)?
    Mulher, sozinha em Lisboa desde 2010, arquivista de profissão com a licenciatura do Ricardo Araújo Pereira, 39 anos muito perto dos 40, filha de guarda prisional e de funcionária administrativa da prisão de Caxias, onde viveu até aos 16 anos, órfã de mãe por cancro do pulmão em 2006 após agonia prolongada no IPO de Lisboa, e de pai em 2009 (com quem estava zangada) por doença cardíaca súbita e na mesa de operações, com um irmão mais novo a residir no Reino de Alberto João Jardim de onde é originária toda a família com a qual não se dá, e fumadora e bebedora compulsiva, refractária à autoridade e com problemas de assiduidade no trabalho.
    Como declarou Lenine: Que fazer?

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    1. Ena pá...muita coisa...
      Ela está em tratamento?

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    2. Ela recusa reconhecer que tem problemas, pois os outros é que os têm; e já nem falo da "marretada" disciplinar que vai agora levar no emprego, nem da dificuldade de manifestar afecto, nem da dificuldade de manter um diálogo vulgar... nem..., nem..., enfim.

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    3. Nunca sendo , nem de perto, como aqueles psis das tvs que fazem diagnósticos à distância, só posso dizer isto, caro Fernando:
      Se ela se recusa a reconhecer que tem problemas, o futuro é negro.

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  5. Importante, importante, é (de novo) é a leitura individual, como nos sonhos. É claro (penso eu de que) que não acontecem por acaso, mas até que ponto nos pertence (individualmente) a pontuação, adormecidos?


    __
    (creio que escrevi este comentário pelo motivo - antigo, confesso - de alguma repulsa diante daquelas pessoas que se recusam a contar os seus sonhos, como se, partilhando-os, deixassem de lhes pertencer)

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  6. Penso que podemos também ver os sonhos com os fantasmas dos filmes - querem é contactar connosco, no fundo estão muito sozinhos e precisam de nós... As vezes a sua aparência assusta-nos, mas vêm à noite porque durante o dia teimamos em escondê-los. Outras vezes dão-nos recados e fazem-nos uns afagos inesperados. Uma vez tinha um namorado que não me ligava nenhuma e sonhei que estava no cinema, com o lugar ao lado vazio e debaixo do banco a sua pasta e casacos - percebi logo :) Há meses andava meio zombie, frustrada e sem saída - sonhei com todas as casas onde já morei (fisicamente não eram, mas eram no sentimento), e que estavam todas disponíveis para mim ou para quem eu as quisesse oferecer. Bonito, não é?

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  7. Os meus sonhos são tão deprimentes como a minha caixa de emails: só coisas de trabalho, nenhum divertimento...

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  8. É bem verdade, o sonho pode ter lá dentro coisas boas e más. No entanto, talvez como na vida, lembramos mais o que é mau e por isso acordamos transtornados com os pesadelos, esses são dominantemente maus. Acho que nos ensinam muitas coisas sobre nós, nomeadamente costumam ser clarividentes quanto a certas personagens que habitam as nossas vidas.
    ~CC~

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