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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

O desespero delas: por que nós adiamos?

Ouço estas queixas muitas vezes. Ontem, na clínica,  ouvi-as da boca de uma mariposa (uma mulher que fez um trabalho espectacular e já não tem medo de confiar num tipo). Elas sabem. A lampada do exaustor está fundida  há três dias. O caixote das tuas  tralhas  da mudança está ao canto há dois anos. Estás há um mês para renovar o BI do garoto.
Elas nascem com um número de óvulos  pré-determinado, ovulam quase sempre no mesmo dia do mês, geram uma criança em nove meses. Elas vêm programadas para  a ordem  e para o controlo.
Nós  produzimos num mês espermazóides suficientes para fecundar todas as mulheres da UE  ( dados anteriores à entrada dos países bálticos)  mas a possibilidade de fecundarmos a quota feminina do   prédio é mínima. Vimos programados para lançar o caos.
Elas estão convencidas  de que se não existissem, a casa era uma república de estudantes. Têm razão.  Futebol total, livros e latas de cerveja  por todo o lado, colecção de rolos de papel higiénico no WC . Elas não entendem arte moderna. Perguntam de que serve guardar "A Bola" do mês  passado ou tubos de tinta de aeromodelismo do tempo em que os miúdo seram miúdos. É o anti-destino de Malraux, conceito alheio ao pragmatismo delas. No fundo, aturam-nos porque assim estava programado.

6 comentários:

  1. Que bom termos o nosso lado feminino a amaciar a coisa, Filipe. E a culpa, já agora.

    Abraço tipo Sérgio Oliveira.

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  2. https://www.youtube.com/watch?v=NewiSNS-vLk&x-yt-ts=1421828030&x-yt-cl=84411374

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  3. valha-nos a desprogramação e a saída das cavernas...

    no fundo, nem sempre aturam.

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  4. sim, Filipe, nós gostamos desde a infância de ver passar os comboios...

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