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quarta-feira, 27 de maio de 2015

Manual de sobrevivência ( 37)

Tenho de ter sempre o controlo das coisas. Caso contrário fico  insegura. O problema é que as coisas estão difíceis, o controlo é impossível. Estou a começar a sentir-me desesperada.

As coisas rolam com alegre  indiferença pelas nossas necessidades. Tens de examinar a fonte dessa sede de controlo, porque arriscas-te a fazer a espargata  nas rectas paralelas de Plutarco e o infinito ( onde elas se encontram)  é capaz de demorar.
Repara, a vontade de algum controlo é natural. Por exemplo, a hora de deitar, o tipo de escova de dentes, a marca de sumos que bebes. Já a passagem do tempo pelo corpo,  o curso que o teu filho vai escolher e  o dinheiro que ganhas são bolachas de uma lata que não é só tua. A medida é o alvo.
Quando as coisas ficam difíceis, experimenta substituir o controlo pela cabeça  fria. Ou seja, deita fora tudo que não é vital: o que sobrar é a tua cidadela. A escolha é feita deixando de lado  o que não podes...controlar.


 

3 comentários:

  1. Esse foco de lanterna dá luz_ para estes lados. “A medida é o alvo”…
    Em lugar de capturar território de controlo, em que se atola, empenhar-se antes numa boa decisão, do vital. Tem uma larga ressonância, além de que parece uma orientação sentida – vivida.
    Claro, às vezes provavelmente por se estar no escuro, opta-se por se reservar o território, à espera de fazer sentido… mas a excepção não incomoda.
    Mas a prática é que vai contar (a história). Oh se vai.
    Maria

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  2. Post interessante. Lembra-me um pouco a filosofia estóica. Mas o que acha dos estóicos? Podemos aprender alguma coisa com eles no que toca à ansiedade e ânsia de controlo?

    Pergunto-lhe isto porque ando a ler as Meditações de Marco Aurélio..

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  3. Claro que podemos.Estóicos e epicuristas sao a minha base há muitos anos.

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