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segunda-feira, 14 de abril de 2014

Toynbee



Depois de Magnésia ( na figura) , as coisas correram depressa. Virados outra vez a sul, Catão , a rábula dos figos, cerco e incêndio de Cartago, fim. O que me interessa é  a discussão sobre a tese de Toynbee: quanto tempo dura  a devastação? Dizia ele  que o sul de Itália ficou árido e entregue ao latifúndio por causa dos treze anos de depredação de Aníbal. Toynbee caiu em desgraça,  a tese era arrevezada. Ou não.
Mudemos das sociedades para as pessoas. Quanto  tempo dura a devastação? É possível alguém fazer escolhas, ajustar modos de vida, organizar-se,  em função de um dramático episódio antigo? Foi para fugir à psicologização e ao trauma, que escolhi partir de uma tese histórico-política. É necessário mais do que  um episódio, uma série:  e que transforme, de facto, a vida da pessoa.
As perdas e as doenças graves encaixam bem, são aníbalescas. Os seus efeitos prolongam-se muito para além do que se possa imaginar. Quanto mais não seja porque  ficamos  diferentes. É, portanto, imperioso voltar  a reconhecer o território. Será sempre tudo novo.


5 comentários:

  1. roubo ao Huxley o titulo: admirável mundo novo (esperando não estar no olho da tempestade).

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  2. Belo paralelo - a terra queimada obriga à reformulação existencial. Dramático é para aqueles que penam a vida toda a dominar pequenos fogachos para nunca mudar o rumo.

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  3. Belo paralelo. A terra queimada obriga a revisão existencial. Dramático é para aqueles que penam uma vida inteira a dominar fogachos, em morte lenta incapacitados de romper. Talvez seja arrogância minha, pois.

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    Respostas
    1. Não é. Tens razão parcial: ambas são duras.
      Vou aproveitar a sugestão.

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